A poeira sobe. Mouin pas manger por toda parte. Dor de frase. Quem chegou depois do terremoto no Haiti, no último dia 12, já aprendeu o verbo e o pas que negativa a expressão. "Eu não tenho o que comer". Dor dos homens e mulheres da solidariedade que desembarcam em todo o País, dos militares que atuam no transporte, na distribuição de alimentos, em patrulhas de segurança, em socorro de feridos.
Nesses dias, as aulas de creole em Porto Príncipe vão do amargo ao doce em questão de metros, da lágrima ao sorriso, em questão de ruas, do preto e branco ao colorido, em questão de segundos. Sak vidpa kampe, conhecido ditado que para o português poderia ser traduzido como “saco vazio não fica de pé” é esboçado mais literalmente do que como uma simples forma de expressão.
Numa derivação mais exata: “Mon grangou”, “estou com fome”. Nessa aula gratuita de dor e emoção, os brasileiros também têm aprendido uma frase que entrecorta a catástrofe e a compaixão. Em sorrisos, com água e comida nas mãos dizem “nous c est zami”. É fácil entender: “nós somos amigos”.
Fonte: Do enviado especial ao Haiti, Ten Luiz Claudio
Ver a reportagem completa e mais informações sobre a ação da Força Aérea no Haiti
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